Criticismo

485 palavras 2 páginas
Crítica ao naturalismo
Toda ciência natural, observa Husserl, é ingênua em seu ponto de partida, inclusive a psicologia, na medida em que a psicologia é sempre psicofísica, implicando,o implicito ou expressamente, a posição existencial da natureza física.
Tal ingenuidade consiste, por exemplo, em reduzir à experiência o método da ciência experimental, embora a ciência natural seja crítica a seu modo, quando concatena as experiências, as interpreta e articula com o pensamento, distinguindo entre experiências válidas e não válidas.
Essa crítica, contudo, não exclui a outra, que põe em questão a experiência em geral e o pensamento que resulta dessa experiência, pois os problemas inerentes à ciência natural, enquanto tal, não podem ser resolvidos pela própria ciência natural.
Assim, propondo-se investigar as relações da consciência com o ser em geral, a teoria do conhecimento deverá considerar o ser como correlato da consciência (ser lembrado, percebido, imaginado, desejado, etc.), procurando, ao mesmo tempo, determinar a essência da consciência.
Para Husserl, todo objeto, pré-científico ou científico, é um dado da consciência. Mas, como a estrutura da consciência é a "intencionalidade", quer dizer, como toda consciência é sempre "consciência de" alguma coisa, o estudo da essência da consciência inclui o estudo da significação e o da objetividade da consciência como tal.
A análise da consciência implica, assim, a clarificação das formas fundamentais da objetividade, enquanto correlatos intencionais da consciência. Tal análise, ou descrição, dá origem à fenomenologia da consciência, que não se confunde com a psicologia ou ciência natural da consciência.

Neocartesianismo
Sendo um novo tipo de filosofia transcendental, a fenomenologia é, de certo modo, um neocartesianismo. Husserl volta ao "cogito" de Descartes, mas, com a idéia de intencionalidade da consciência, evita a confusão entre o "ego" e a "res cogitans" (coisa pensante), pois, se pensar (em sentido

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