Ácido fluorídrico
A eletronegatividade é importante para haver a ruptura da ligação entre o átomo de H e o átomo de F, originando o par iônico H+ + F-. No entanto, o tamanho da nuvem eletrônica também é importante.
Em um ácido como o HCl, o átomo de cloro está compartilhando de um elétron de um orbital p do subnível 3 p, logo, está na terceira camada, seu tamanho é bem volumoso. No HF o orbital está no subnível 2 p.
Em ambos os casos, o número de elétrons circulando pelo orbital molecular será o mesmo, ou seja, dois. A densidade eletrônica do orbital p do flúor será muito maior, já que seu tamanho é bem menor, fazendo com que o ataque nucleófilo ao hidrogênio seja desfavorecido, o que impede a saída do H+.
Já para o HCl, o átomo de hidrogênio está mais desprotegido, o que facilita o ataque de um nucleófilo, como a água, que doa um par de elétrons a este hidrogênio, enfraquecendo desta forma a ligação com o cloro, que acaba fazendo com que o ácido sofra ionização.
Lembrando que:
HF + H2O ---> F- + H3O+
Nesta reação de ionização de um ácido, o oxigênio ataca o hidrogênio com um par de elétrons, criando uma ligação dativa, tornando possível o desligamento do hidrogênio da molécula de HF.
O oxigênio tem pouca atração pelo hidrogênio, pois enxerga uma nuvem eletrônica que o repele, desfavorecendo o ataque ao hidrogênio. Por outro lado, o hidrogênio não pode simplesmente se desligar do flúor, é necessário que uma outra espécie faça ligação com ele para estabilizá-lo.
É por isso que a força do ácido HF não é simplesmente proporcional à eletronegatividade do flúor.
Comparativamente, a força dos hidrácidos halogênicos é dada pelo colog da constante de ionização Ka (pKa):
pKa HF = 3,45 pKa HCl = -7 pKa HBr = -9 pKa HI = -11
A força da acidez pode ser assim arranjada, do mais fraco para o mais forte: