Ácido Cianídrico
No Brasil, dado o largo uso dos “formicidas” — cuja base costuma ser o ácido cianídrico — são frequentes os suicídios com esta substância. Este ácido se encontra em certas frutas (amêndoas amargas, caroços de pêssego, de cerejas, de abricós, suco de mandioca), em medicamentos (água de louro-cereja) e na indústria (fabricação do gás de iluminação, de inseticidas, do amoníaco, galvanoplastia, etc.). Sua inalação maciça leva à morte em alguns segundos. A intoxicação de gravidade média provoca dispneia, acessos de tosse, vertigens, cefaleia, zumbidos, náuseas, vômitos, convulsões e coma. Tratamento: Visa a formar, tão rapidamente quanto possível, a meta-hemoglobina, pela qual o ácido cianídrico tem particular afinidade. Então, lavagem gástrica com permanganato de potássio a 2% ou água oxigenada a 3%; fazer respirar nitrato de amilo; ao mesmo tempo injetar na veia, lentamente, nitrito de sódio, 10 a 15 ml de solução, 0,5% a 1%; a seguir, 10 a 20 ml de hipossulfito de sódio a 20% ou 25%. O doente torna-se cianótico. Perigo: Hipotensão e choque (tratamento: adrenalina); transfusões; oxigênio; respiração artificial.
A toxicidade do íon cianeto (HCN) é conhecida há mais de dois séculos; porém, os compostos que contém cianeto são tóxicos somente se liberarem HCN numa reação. Sem dúvida alguma, o ácido cianídrico ou ácido prússico é o veneno de ação mais rápida que e conhece.
Muitos autores e histórias policiais têm utilizado, em suas obras, os cianetos de sódio ou potássio para provocar mortes misteriosas de alguns personagens. Na literatura de espionagem, por exemplo, que esteve muito em moda a partir da 2a Guerra Mundial até o fim da Guerra Fria, os espiões tinham uma cápsula desses sais embutida em cavidades dentárias. Quando presos pelo inimigo, os espiões deveriam ingerir a cápsula, a fim de evitar, pela própria morte, a revelação dos segredos durante o interrogatório. Quando a cápsula atinge o estômago, o sal reage com o ácido clorídrico