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Ao observarmos a dinâmica urbana brasileira referente às últimas décadas, é possível destacar que o advento da industrialização, que trouxe consigo a modernização e a concentração dos investimentos na infra-estrutura industrial principalmente na região Sudeste, acelerou o crescimento dos principais centros urbanos. Do aporte populacional crescente nos grandes centros, emergiu a necessidade da expansão da malha urbana. O crescente parcelamento do solo tratou de assegurar a dimensão do fluxo demográfico para/nas cidades. Destaca-se que, uma vez que os grandes fluxos populacionais do campo para as cidades – ocorrido de meados da década de 50 até o final dos anos 70 – eram compostos por pessoas de baixo poder aquisitivo. Essas massas, na maioria das vezes, não dispunham de meios para aquisição de moradia nas áreas melhor dotadas de infra-estrutura e, por conseguinte, mais valorizadas das grandes cidades. Assim, surgiu uma nova configuração espacial relacionada à redistribuição populacional que se projeta em direção às periferias das cidades, ou seja, no entorno dos grandes centros. A lógica do parcelamento do solo, inicialmente, ocupou-se de preencher os vazios localizados nos interiores dos perímetros urbanos das grandes cidades e, posteriormente, alcançou as áreas não-ocupadas localizadas nas adjacências de áreas já urbanizadas que possuíam uma menor valorização comercial. Tal processo ocorreu cidade de Belo Horizonte, que, nos anos 1960/70, chegou a comportar em seu território cerca de 70% da população que ocupava o Aglomerado Metropolitano1, de acordo com o PLAMBEL2 (1986). Gradualmente, a capital veio sofrendo um processo de decréscimo nas taxas de crescimento, sendo que, a partir deste período, os demais municípios da RMBH (Região Metropolitana de Belo Horizonte) apresentaram altíssimas taxas de crescimento em relação às da capital. Em 2000, as cidades metropolitanas (exceto a capital) já possuíam cerca de metade da população da RMBH