Política e Direito em Hannah Arendt
Alguns vão dizer que Política não tem nada a ver com o Direito. Outros, ao contrário, dirão que são fenômenos conexos e até mesmo indissociáveis. Afinal, que relação podemos emoldurar; que relação podemos apontar entre Direito e Política?
Fato é que entre Direito e Política são múltiplas as conexões, mas certo é que eles são fenômenos mais que interconectados. Isso fica bem claro ao ler os trabalhos de Arendt, em O que é Política? e em A condição humana onde ela analisa por meio das relações de poder desde a Grécia até a modernidade moldaram o homem e suas construções como a Política e o Direito. Não há erro em afirmar que pelo menos em nossos dias, Direito e Política tem uma verdadeira relação mutualística, em que um dificilmente sobreviverá sem o outro.
Podemos compreender do que se tratam as relações de politica e direito mesmo que não consigamos ser absolutos em definir tais fenômenos, assim como acontece com o amor, o ódio, a justiça e a injustiça, por exemplo. Por tudo isso, é que hoje podemos dizer que compreender o fenômeno Político é compreender o Direito e vice-versa, porque apesar de por vezes não aparentar, ambos os fenômenos tem em sua essência as mesmas qualidades.
A política assim como o Direito é um fenômeno social em sua raiz e econômico e cultural devido ao seu desenvolvimento histórico. Como Arendt diz, a chave da Política está no nível de organização social. A política é então uma criação humana, uma ferramenta do homem que se desenvolveu junto com o homem, pelo homem e entre os homens.
Arendt diz que:
“A política baseia-se na pluralidade dos homens.[...]A política trata da convivência entre diferentes. Os homens se organizam politicamente para certas coisas em comum, essenciais num caos absoluto[...]Os homens organizam corpos políticos sobre a família[..] A política não está nos homens, mas entre eles.
A política nasceu como um instrumento, uma ferramenta de igualação, um modo de organização do