Utilitarismo
Apesar da ideia utilitarista ser bastante contestada por uma série de argumentos arrasadores e bastante persuasivos, muitos pensadores recusam-se a abandonar a teoria pois dizem que estes argumentos antiutilitaristas apenas provam que a teoria clássica precisa de ser aperfeiçoada.
Vamos agora avaliar o Utilitarismo examinado alguns argumentos contra o mesmo e ver se a versão clássica da teoria pode ser revista de forma satisfatória para lhes fazer frente.
1. Será a felicidade a única coisa que importa?
O utilitarismo afirma que as ações corretas são as que produzem o maior bem. Mas o que é bem? A resposta de um utilitarista seria: «uma coisa e só uma coisa – a felicidade».
John Stuart Mill afirmou: «a doutrina utilitarista consiste nisto: a felicidade é desejável, e é a única coisa desejável, enquanto finalidade; todas as outras coisas são desejáveis como meios para esse fim».
O hedonismo é uma teoria que diz que a felicidade é o bem último (e a infelicidade o mal ultimo). Esta teoria sempre foi cativante pela sua simplicidade e por exprimir a noção intuitivamente plausível de que as coisas são boas ou más de acordo com a forma como nos fazem sentir. Mas após uma boa reflexão revelam-se falhas nesta teoria.
O hedonismo diz-nos que algo é mau porque nos torna infelizes. Mas essa causa de infelicidade pode apenas ser devido a má sorte, por isso não devemos culpabilizar a nossa infelicidade a uma situação mais desafortunada pois não podemos eliminar uma tragédia apenas por animarmo-nos.
No hedonismo, se alguém que é nosso amigo falasse mal de nós pelas costas sem sabermos disso, não seria um infortúnio para nós porque não nos é causada nenhuma infelicidade.
Assim podemos ver que o hedonismo engana-se quanto à natureza da felicidade, pois esta não é reconhecida como boa e procurada por nós, sendo as outras coisas desejadas apenas como meios para a sua realização. Em vez disso, a felicidade é uma resposta que damos à