utilitarismo
A utilidade mede quanto algo ajuda cada um a atingir os seus objetivos. Como não temos todas as mesmas expectativas, o que é útil para um pode não o ser para outro. Estudar psicologia, por exemplo, tem grande utilidade para um amante dos mistérios da mente humana, mas pouca ou até nenhuma utilidade para quem ama exata. Esta medida não pode ser convertida num critério padronizado como a felicidade, a realização pessoal ou o forma de viver, porque nem sempre são essas finalidades. Pode haver quem estude psicologia para se sentir realizado, mas pode haver outros para quem essa sensação é secundária e o objetivo principal seja resolver problemas numéricos. Isto então dificulta a análise da utilidade, porque não permite reduzi-la a um fator que seja comum a todas as pessoas. As pessoas não querem todas a mesma coisa e, por isso, o bom e o mal variam de acordo com o que cada um subentende do que é bom e mau. O papel da ética é gerir estas diferenças sem enfiar todos os pés num mesmo sapato e nem deixar que alguém ponha o seu sapato em quem não o quer.
Outra dificuldade da ética é ter como finalidade encontrar normas para regular as nossas escolhas ao mesmo tempo em que só avalia aquilo que resulta de uma escolha livre. Sistemas éticos categóricos, que insistem em Bem e Mal absolutos, acabam por ser autocontraditórios porque se houvesse um Bem ou um Mal absoluto a perfeição ética eliminaria as escolhas e a ética em si. Na prática, o problema fica