Pedagogia e pedagogos, para quê?
José Carlos Libâneo, São Paulo: Cortez, 2005. 200p. (8. ed.)
O livro reúne textos escritos ao longo da década de 1990 por José Carlos Libâneo com a intenção de responder à pergunta que dá título à obra. Como se trata de um autor cujo pensamento é amplamente conhecido nos meios educacionais, as respostas são familiares àqueles que têm se interessado pelos destinos da pedagogia no Brasil, constituindo-se em autêntico manifesto em favor da pedagogia e, conseqüentemente, da profissão de pedagogo.
Em um manifesto são declaradas, publicamente, as razões que justificam certos atos e opções. É isso que faz o autor ao longo dos cinco capítulos do livro, expondo as razões que justificam a existência da pedagogia como "ciência da educação", posicionando-se em favor da especificidade da atuação profissional do pedagogo e formulando uma clara proposta para a sua formação.
Para Libâneo, o que justifica a existência da pedagogia é o fato de esse campo ocupar-se do estudo sistemático das práticas educativas que se realizam em sociedade como processos fundamentais da condição humana. A pedagogia, segundo o autor, serve para investigar a natureza, as finalidades e os processos necessários às práticas educativas com o objetivo de propor a realização desses processos nos vários contextos em que essas práticas ocorrem. Ela se constitui, sob esse entendimento, em um campo de conhecimento que possui objeto, problemáticas e métodos próprios de investigação, configurando-se como "ciência da educação".
Essa visão da pedagogia fundamenta-se em um conceito ampliado de educação. Para Libâneo, as práticas educativas não se restringem à escola ou à família. Elas ocorrem em todos os contextos e âmbitos da existência individual e social humana, de modo institucionalizado ou não, sob várias modalidades. Entre essas práticas, há as que acontecem de forma difusa e dispersa, são as que ocorrem nos processos de aquisição de saberes e modos de ação de modo