PECUÁRIA: uma atividade acessória ou um modelo de povoamento
Wesley de Negreiros Ribeiro²
RESUMO
O presente estudo tende analisar à pecuária não só como uma atividade acessória a economia canavieira e mineradora, e sim apresenta-la como um modelo de povoamento que impulsionou o nascimento de alguns estados do nordeste do Brasil como, o Piauí em que muitas vezes foi retratada por alguns autores com muita insignificância, pois seus pensamentos são iguais a governante da época que não incentivava o desenvolvimento da infraestrutura, nem a inversão de capital e com isso a pecuária não se tornou um atrativo imigratório. Contudo alguns estados do nordeste, como o Piauí, iniciou sua trajetória econômica em desvantagem em relação aos outros que desenvolviam atividades de maior demanda e lucratividade como o cultivo da cana-de-açúcar e, posteriormente, a mineração.
Palavras chaves: Pecuária, Povoamento, Desenvolvimento.
INTRODUÇÃO A criação de gado nasceu próximo aos engenhos, como uma atividade complementar da rica empresa do açúcar, e deixou pouco a pouco o litoral para se transformar num importante elemento de ocupação do interior das capitanias do nordeste. Embora sua importância econômica fosse menor que a do açúcar, a pecuária oferecia a força motriz dos engenhos, um meio de transporte, alimento e couro, usado na confecção de roupas, calçados, moveis e outros utensílios tanto para os engenhos, como para as populações das vilas. Por outro lado, logo se evidenciou a impraticabilidade de criar o gado na faixa litorânea, isto é, dentro das próprias unidades produtoras de açúcar. Os conflitos provocados pela penetração de animais em plantações devem ter sido grandes; “pois o próprio governo português proibiu finalmente a criação de gado na faixa litorâneo sendo o fator decisivo para a exploração do interior do nordeste brasileiro” (FURTADO, pág. 65). Para a Coroa portuguesa interessava o aumento