Um Discurso Sobre as Ciências
A obra «Um Discurso Sobre as Ciências» reflete acerca de três conceitos-chaves: O paradigma dominante, a crise do paradigma dominante e o paradigma emergente.
Inicialmente, o autor Boaventura de Sousa Santos, faz referência ao ser humano, à forma como ele se debruça sobre si próprio e, também à maneira como este interpreta o seu passado e o seu futuro.
Relativamente às ciências, verificamos que os grandes cientistas, que ainda hoje nos conduzem no ramo teórico trabalharam entre os séculos XVIII e XX, o que nos faz parecer que em termos científicos ainda não avançamos para o século XXI. Daí resulta a Fase de transição, ou seja, a necessidade urgente de dar resposta a questões simples e também de esclarecer a relação entre ciência e virtude, pelo valor do conhecimento que usamos para dar sentido às nossas vidas. Por isso, as condições Sociológicas e Psicológicas das nossas questões são mais complexas do que as condições Epistémicas.
De seguida, surge uma nova ordem científica emergente na qual deixa de fazer sentido uma distinção entre ciências naturais e ciências sociais, mas para isso, estas últimas têm de recusar o positivismo lógico.
No 1º Capitulo da Obra, o autor fala acerca de um Paradigma Dominante, ou seja, do modelo global da racionalidade, que é um modelo totalitário porque nega o caráter racional a todas as formas de conhecimento que não se regem pelos seus princípios epistemológicos e metodológicos. Este modelo global da racionalidade possui duas formas de conhecimento não científico (intruso perante a ciência moderna), o senso comum e as humanidades. Por sua vez, o conhecimento científico separa natureza de ser humano e rege-se pela experiência ordenada.
As ideias mais claras que nos permitem ascender a uma observação e experimentação mais rigorosa da natureza são as ideias matemáticas, por isso, a matemática tem um papel central pois permite-nos conhecer e quantificar e leva-nos a um maior rigor científico e das medições