Um discurso sobre a ciencias
Três discussões propostas por Boaventura: o paradigma dominante, a crise do paradigma dominante e o paradigma emergente.
Boaventura trabalha a idéia de uma evidente crise nas ciências nos tempos atuais, e gradativamente ele expõe como a ciência falirá e como um novo espírito científico deverá substituí-la.
Boaventura neste discurso tem o objetivo de refletir acerca das ciências no seu conjunto, observando toda a sua trajetória ao longo dos séculos, bem como reflete a idéia de progresso científico, concluindo que ainda vivemos baseados numa ciência que tem muito a amadurecer.
Ele acredita, que os questionamentos simples como os feitos por uma criança são capazes de nos fornecer esclarecimentos tão próximos da realidade que nos forneceria mais segurança à tantas perplexidades do mundo moderno. Essas crianças devem estar presentes em cada um de nós.
Boaventura sustenta seu olhar firme sobre a ordem científica hegemônica, uma ciência que insiste em manter-se inflexível às reais necessidades humanas, analisa sob um olhar sociológico a crise dessa ciência e propõe um perfil de uma ordem científica emergente.
Quanto à ordem científica dominante, ele questiona a estrutura deste modelo científico desenvolvido a partir do século XVI e que ao longo dos anos foi fortalecendo-se. Esta estrutura científica compromete-se unicamente com uma forma singular de se buscar o conhecimento verdadeiro, baseando-se em seus princípios epistemológicos e em metodologias restritas. Caracterizando-se como um modelo autoritário e que não corresponde às necessidades humanas, opondo-se duramente ao senso comum e afastado da natureza e das carências humanas.
A sua maior crítica remete-se à estrutura em que esta ciência constituiu-se ao longo dos tempos. Baseou-se em um mundo totalmente cognoscível e organizada a partir de uma ordem cronológica, espacial que a tornou verticalizada, fundada numa dinâmica que ele chama de “determinismo mecanicista” e que tem