O USO TRADICIONAL DA NEUROPSICOLOGIA
As preocupações com o estabelecimento de relações entre o cérebro e o comportamento são muito antigas.
O conceito de que haveria uma relação entre fenômenos mentais e comportamentais e o funcionamento do cérebro permeou o conhecimento e as práticas médicas em algumas épocas. Porem ele desapareceu sob o peso da influencia de vários tipos de crenças, o que repercutiu na visão sobre os fenômenos mentais e na prática e no tratamento das doenças (Feinberg e Farah, 1997).
O estudo das relações cérebro-comportamento definiu, portanto, o campo da neuropsicologia, e as descobertas e descrições providas por essa abordagem foram validadas pelos métodos de investigação estrutural e funcional nas ultimas três décadas (Taylor, 1969).
Já existe o reconhecimento de que algumas doenças têm impacto em várias esferas do funcionamento do individuo, atingindo áreas primordiais para sua adaptação, tais como a cognitiva e a conativa. Enquanto anteriormente esse reconhecimento era mais fácil nas doenças de impacto primário sobre o cérebro, como é o caso dos distúrbios neurológicos, nos últimos anos essa identificação ou suspeita vem sendo feita em relação às outras desordens, inclusive psiquiátricas e somáticas.
O avanço dos conhecimentos científicos e a experiência também têm mostrado a importância da identificação e diagnostico precoce de problemas cognitivos/emocionais tem várias implicações porque embora falhas grosseiras nestas funções possam ser prontamente reconhecidas e toleradas, falhas sutis podem provocar dificuldades na atividade produtiva da criança e do adulto, às vezes com impacto marcante.
Na ultima década, inúmeros estudos vem mostrando os benefícios da identificação e do diagnostico precoce de déficits cognitivos e emocionais por meio da avaliação neuropsicológica nos quadros neuropsiquiátricos (Lishman, 1997). A identificação precisa dos componentes deficitários, das forças cognitivas e da personalidade e da forma como se