O TRATO DOS VIVENTES
O APRENDIZADO DA COLONIZAÇÃO
• No Peru e na maior parte da América espanhola, os conflitos opondo colonos ao clero e à coroa nascem da luta pelo controle dos nativos.
• CARLOS V reconhece a soberania indígena, prevêem o fim das encomendas, das concessões de indígenas feitas aos conquistadores, e a passagem gradual de todos os nativos à dependência direta da coroa à qual pagariam tributos.
• A política inovadora de governo indireto somente posta em prática três séculos mais tarde na África e na Índia pela Inglaterra contrariava concessões régias permitindo que os colonos levassem por sua conta, as primeiras paredes do edifício ultramarino.
• A partir de 1545 a prata de Potosi reorienta os fluxos de trocas americanas e permeabiliza o Peru à penetração comercial metropolitana. De modo que o poder imperial se habilita para elaborar um discurso global, coerente, associando a exploração das minas de prata americanas as empreendimento político e ideológico arquitetado na Europa.
• Angola apresenta um conflito político semelhante ao exemplo precedente. Constatando que Angola não tinha minas de prata, como se supusera até então, e que o tráfico Transatlântico de escravos emergia como a principal atividade da área. A coroa retorna a colônia em mãos.
• Ao contrário do sucedido no Atlântico, a presença portuguesa tem um impacto amortecido nas margens do Índico. Os europeus buscam se apropriar de zonas devassadas por mercadores árabes de Oman e indianos islamizados do Guzerate, importante região têxtil. Durante décadas a coroa procura drenar esse comércio para as águas lisboetas. Tal política dá lugar a desencontros entre a Metrópole e os portugueses da Ásia.
• Em razão da opulência indo-asiática e das possibilidades de enriquecimento que o contrabando e o comércio regional ofereciam aos oficiais d’el-rei, a administração portuguesa cai na desorganização.
• Em Moçambique a fragilidade do implante lusitano transparece mais durante ainda colonos;