Angola brasílica - o trato dos viventes
A invasão holandesa unificara o campo estratégico formado pelos sul-americanos e africanos da Guerra dos Trinta Anos. Abalada na Ásia, a economia colonial se recentra no Atlântico.
O Brasil tinha continuidade fora das fronteiras americanas, em Angola. Cartas régias, provisões, contratos da Coroa, atas dos conselhos palatinos, difundem o postulado enunciado na guerra anti-holandesa: Angola sustenta o Brasil, o qual sustenta Portugal.
Se deu muito enfoque as deportações de pessoas angolanas para as terras americanas, vamos observar o movimento inverso agora, as exportações de mercadorias brasileiras para a África. Vários tipos de trocas uniam as duas margens do oceano. De acordo com a economia e os movimentos sazonais das correntes, se cobriam cinco diferentes percursos entre Portugal, Angola e Brasil.
A primeira rota, de Lisboa em direção a Luanda – único trajeto correspondente à primeira etapa do chamado comércio triangular. Uma travessia fora do período podia durar até 7 meses ao invés de 2 meses habituais, o que fazia com que ocorressem mortes na equipagem, os cavalos embarcados do Norte para o hemisfério Sul morriam de calor e sede, o que contribuiu para estimular o comércio de cavalos do Brasil para Angola.
Havia a viagem “pelo Norte” que costeava o Continente Negro, e havia outro percurso descoberto na viagem de Duarte Lopes ao Congo a “viagem larga”, que passa a ser rota quase exclusiva da viagem Lisboa-Luanda, que costeava o Brasil e muitas vezes faziam paradas por aqui antes de continuar para Luanda. Os holandeses dobram-se aos mesmos determinantes geográficos e marítimos, a diretoria da WIC ordena que os navios saindo das Províncias Unidas para Angola deviam passar pelo Recife na ida e volta da viagem.
Mais tarde, se tem uma rota direta entre a Europa e o Congo – cortando pelo cabo das Palmas bem mais curta, mas os pilotos de Lisboa continuam utilizando a viagem larga.
Só depois da Independência, quando os