O trabalho nos serviços de saúde e a inserção dos(as) assistentes sociais
Neste texto tratamos sobre a participação e inserção dos assistentes sociais nos processos de trabalho desenvolvidos no Sistema Único de Saúde. Trata-se dos resultados de uma pesquisa realizada junto aos serviços públicos de saúde, em Natal (RN), e que foram trabalhados originariamente em minha dissertação de mestrado1
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Meu envolvimento com essa questão deriva da minha experiência profissional, ocasião em que compartilhei com outros(as) assistentes sociais de inquietações a respeito do conteúdo das ações do Serviço Social nas unidades de saúde. No discurso profissional, essas inquietações estão associadas à imprecisão da profissão (o que é, o que faz), cujos traços voluntaristas e empiristas, no entender de muitos(as) assistentes sociais, contribuem para fragilização e conseqüente desqualificação técnica do Serviço Social na área da saúde.
Ao refletir sobre o assunto observei que, paradoxalmente, enquanto ampliava-se o discurso sobre as fragilidades ou indefinições da prática profissional, também verificava-se um aumento significativo de contratações de assistentes sociais nos serviços públicos de saúde2
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Enquanto o discurso dos profissionais atribuía ao voluntarismo e ao empirismo da ação profissional a responsabilidade por uma possível desqualificação técnica do Serviço Social, o cotidiano institucional deixava patente a existência de um conjunto de demandas que
∗ Professora Assistente do Departamento de Serviço Social da UFRN, Mestre em Serviço Social pela UFPE,
Especialista em Saúde Pública pela ENSP/UFRN e Doutoranda em Serviço Social da UFPE.
1 - Dissertação de Mestrado elaborada sob a sob orientação Profª. Dra._ Ana Elizabete Mota, defendida em 1998 no
Mestrado em Serviço Social UFPE, intitulada Os elos invisíveis do processo de trabalho no I tico de Saúde: um estudo sobre as particularidades do trabalho dos assistentes sociais ïa saúde pública de Natal (RN).
2 - Conforme revelam os relatórios do II