O trabalho em sala de aula: teoria para quê?
Segundo Paulo Freire, quando afirma que a teoria não dita à prática; em vez disso, ela serve para manter a prática ao nosso alcance de forma a mediar e compreender de maneira crítica o tipo de práxis necessária em um ambiente específico, em um momento particular.
Portanto, o exercício da docência, enquanto ação transformadora que se renova tanto na teoria quanto na prática, requer necessariamente o desenvolvimento dessa consciência crítica. E neste sentido podemos dizer que o exercício da ação docente requer preparo. Segundo Freire, “Saber que ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção Quando observamos uma sala de aula, as impressões são contraditórias. Muitas coisas acontecem ao mesmo tempo e parece difícil decidir quais são os fatos pertinentes ao/ou relacionados com o processo de ensinar e aprender. Dizer que a dinâmica da sala de aula é complexa sintetiza de uma certa maneira este quadro, entretanto, nada explica sobre os modos como, no interior dessa dinâmica, se produz a aprendizagem e se constrói o conhecimento. Todavia, destacar a complexidade da sala de aula, faz emergir um conjunto de problemas sobre o funcionamento do ensino e da aprendizagem em um contexto que supõe uma quantidade de elementos infinitamente superior àquela geralmente considerada pelas teorias que pretendem explicar estes fatos. Destacar a complexidade da sala de aula remete-nos, desta maneira, à questão da delicada relação entre a teoria e a prática. Ainda, esta reflexão somente se torna possível se considerarmos as condições concretas em que se desenvolve a prática pedagógica, e principalmente, se centrarmos o eixo da reflexão no professor. Como o professor trabalha e que princípios sustentam a sua prática quotidiana? O que ele elege como relevante na organização do seu trabalho e o que o leva a tomar decisões com relação ao que fazer como ensinar e como agir com as