O trabalho em marx
Como usualmente se refere, a palavra ideologia não teve sua origem com Marx e sim com o filósofo francês Antoine Destutt de Tracy, num livro chamado “Elementos da Ideologia” publicado em 1801, conforme descreve Löwy . Nesta obra, o autor confere a ideologia um subcapítulo da zoologia, ou seja, um estudo das ideias que resultam da interação entre o organismo vivo e a natureza, concebendo ideias a partir de percepções sensoriais.
Segundo Keller , “na acepção original, o termo ideologia servia para designar a ciência da gênese e do desenvolvimento das ideias” e, nesse sentido, Chauí evidencia que Destutt “pretendia elaborar uma ciência da gênese das ideias, tratando-as como fenômenos naturais que exprimem a relação do corpo humano, enquanto organismo vivo, com o meio ambiente” e segue afirmando que este “elabora uma teoria sobre as faculdades sensíveis, responsáveis pela formação de todas as nossas ideias: querer (vontade), julgar (razão), sentir (percepção) e recordar (memória)”.
Seguindo em conformidade com Löwy , em 1812, Napoleão se opôs a Destutt de Tracy e seus discípulos, chamando-os de ideólogos. Assim, o termo teve seu significado modificado e, por Napoleão ser amplamente conhecido e exercer forte influencia sobre a sociedade, a expressão foi utilizada para designar metafísicos que vivem num mundo especulativo a partir da abstração da realidade.
Em virtude do que foi mencionado, Auguste Comte retomou o vocábulo ideologia, utilizando-o com significado confinante ao precedente, possuindo sentidos distintos, como cita Chauí :
A ideologia continua sendo aquela atividade filosófico-científica, que estuda a formação das ideias a partir da observação das relações entre o corpo humano e o meio ambiente, tomando como ponto de partida as sensações; a ideologia passa a