O trabalho do Antropólogo
→ Articular pesquisa empírica com a interpretação de dados;
→ Como perceber a articulação do pensamento?
→ Três etapas de apreensão dos fenômenos sociais: OLHAR, OUVIR E ESCREVER.
OLHAR
Primeira experiência do pesquisador;
Afastar as pré-noções;
A observação distingue-se da mera curiosidade diante o exótico;
Articulação com as teorias existentes e apreendidas durante o itinerário acadêmico;
Tornar a “natureza morta” em “relações sociais vivas”;
O olhar por si só não é suficiente para compreender os significados das relações sociais.
OUVIR
Dotado de significação;
Eliminar todos os ruídos que pareçam insignificantes;
Ouvir o sentido que é atribuído ás relações sociais a partir do ponto de vista do nativo;
Saber ouvir: ter como base idéias e teorias que possam explicar as relações sociais estudadas; afastar as pré-noções; compreender os significados e simbologias da língua nativa; entender o nosso próprio mundo para saber ouvir o mundo do “outro” → confrontar os dois mundos;
Estabelecer uma relação entre entrevistador e entrevistado (interagir com o entrevistado = relação dialógica = diálogo entre iguais;
Observação participante = compreensão.
ESCREVER
Parte indissociável do nosso pensamento;
Configuração final dos atos cognitivos anteriores: ouvir e escrever;
Sistematização entre o “being there” (estando lá) e “being here” (estando aqui);
Ato exercitado por excelência no gabinete = comparar o que se escreveu no diário de campo com o que foi ouvido e observado;
Processo de textualização dos fenômenos sócio-culturais observando o “estando lá”;
Relação dialética entre comunicar e o conhecer é dada pela linguagem;
Dominar o próprio idioma;
A cultura sempre deve ser tomada como referência;
Os dados devem falar por si mesmos;
Elaborar “o bom texto etnográfico = pensar as condições de sua produção a partir das etapas iniciais da obtenção dos dados: o olhar e o ouvir = intersubjetividade.