O terceiro setor

É de suma importância inserir o debate do chamado “terceiro setor” no interior do processo de reestruturação do capital, particularmente no conjunto de reformas do estado. Assim as mudanças na cultura, alterações na racionalidade e valores sociais ditos “pós-modernos,” e significativas alterações no perfil do cidadão, são cada vez mais ligado ao consumo no lugar do trabalho.
Vale ressaltar que a crise e a suposta escassez de recursos servem de pretexto para justificar a retirada do Estado da sua responsabilidade social e expansão dos serviços comerciais ou desenvolvidos num suposto terceiro setor, que é um termo utilizado para fazer referencia ao conjunto de sociedades privadas e associações que atuam sem finalidades lucrativas. Entre as organizações que fazem parte do terceiro setor podemos citar principalmente as ONGs (Organizações não-governamentais) e os OSCIPS (Organizações da Sociedade Civil de Interesses Públicos).
Segundo Montaño (2007) é necessário ter-se o entendimento de que há uma máscara imposta pela estratégia neoliberal, onde afirma que o “terceiro setor” bem intencionado, anticapitalista estaria trabalhando pela causa do resgate da miséria humana consumada em todas as mais nefastas formas de exclusão social, vivida pelos homens da sociedade contemporânea.
Conforme o autor, ao extrairmos do seu texto, essa falsa idéia se dá justamente ao contrario. Pois o que fazem das organizações do terceiro setor é agonizar e reforçar a indigência. Evidentemente o texto visa provocar uma discussão que leve em conta um repensar do universo de ação desse terceiro setor, sobre tudo, no que diz respeito aos procedimentos políticos e operacionais que adotam em países da periferia do capitalismo. Ao contribuir para provocar a ruína dos direitos sociais, o conjunto das organizações do terceiro setor contribui também para provocar prejuízos econômicos a enormes parcelas da população até recentemente reconhecidas pelo Estado como portadores de direitos.
De fato, Montaño