O Tempo
Pólo: Apucarana
Nos séculos VI ao XI a sociedade medieval via o tempo como Dom de Deus para usufruto dos homens, assim, como Ele(Deus) doara a natureza para o usufruto dos homens e desta forma, o tempo sendo Dom não poderia ser controlado pelos homens, ou seja, não poderia ser utilizado para ganhos material, pois tal coisa significaria a exploração de algo que não pertencia aos homens. Quase sem perceber o desenvolvimento, a aceleração econômica e as transformações mentais dos séculos XI e XII introduziram uma nova percepção do tempo. Da mesma forma que o espaço se tornava objeto de contagem e medida também o tempo, porque tinha que levar em consideração as viagens dos mercadores, nos preços dos produtos e também na duração do trabalho artesanal. A necessidade de regulamentar o tempo foi se impondo pois, além do comercial que exigia contabilidade, relações de viagem, letras de câmbio e corporações de ofícios com seus estatutos. O tempo que surgia era um novo tempo, apareceram os primeiros relógios que marcavam o tempo de trabalho dos homens e as transações comerciais e desta forma, o homem começava a dominar o tempo do trabalho. Na primeira metade do século XIV a perda de tempo transformou-se em pecado, um escândalo espiritual. Na busca da unificação das consciências, rompida pelas novas formulações do Tempo, a Igreja recorreu a evolução da confissão, introduzindo manuais de confissão: a questão da coerência de comportamento tornou importante, e nela, os que rompiam com a relação natural do tempo, podiam, por obras beneficentes, recuperar a relação com a religião, ou melhor ainda, no final da vida, doar seus bens e retirar para um mosteiro. Houve também o desenvolvimento da legislação canônica, e o surgimento de uma reflexão moral sobre a usura. O reencontro com a concepção aristotélica de tempo como movimento apoiada por São Tomás de Aquino criou a base de rearticulação do tempo da igreja como o tempo dos homens. O homem