O teatro marginal e suas implicações
Faculdade de Comunicação e Marketing
O grupo Os Satyros: uma análise do teatro marginal e suas implicações
Projeto de Pesquisa de Iniciação Científica apresentado a Professora Mestre Tatiana Amendola Sanches
Marina Calvão
São Paulo
12 de Junho de 2012
INTRODUÇÃO
A Companhia paulistana de teatro Os Satyros foi fundada em 1989 pelo dramaturgo Rodolfo García Vázquez e pelo ator Ivam Cabral a partir de uma pesquisa sobre um teatro essencialmente experimental. A primeira montagem do grupo, inaugurado em 1989, foi “Sade e uma noite com Os Professores Imorais”, obra homônima do Marquês de Sade. A peça escandalizou a sociedade com suas fortes argumentações políticas e performances ousadas e dividiu a crítica especializada, que ora elogiava a coragem do grupo, ora criticava a crueza como tratavam a obra de Sade. O resultado foi: um ano em cartaz e seis indicações ao prêmio APETESP de teatro, incluindo as categorias de melhor espetáculo, direção e ator protagonista. Nesta época, estavam em um teatro localizado no bairro da Bela Vista, momento político de grande intervenção cultural provocada pela política ditatorial. Ao longo da trajetória do grupo, algumas características merecem destaque: propostas cênicas polêmicas, questionadoras e de estética ousada; trabalho com o nu corporal; exercícios e atividades baseado na Bioenergética e em teorias de Stanislavski, Meyerhold e Artaud. O trabalho, formado a partir de conceitos e técnicas teatrais, foi chamado Teatro Veloz: método adotado pela companhia em todos processos de criação de uma peça. Trata-se de práticas de atuação cênica que condicionam o indivíduo envolvido no processo à reflexão, ao autoconhecimento e à apreensão diferenciada do meio, segundo a disposição do imaginário[1]. O método é como um catalisador de processos que condiciona o indivíduo a repensar sobre a realidade e se