Por volta de 1200a.C., os habitantes da península Arábica, cujo território é formado em sua maior parte por desertos, encontravam-se divididos em pequenas tribos. Os integrantes dessas tribos, os árabes, eram de origem semita, assim como os hebreus. Entre suas principais atividades econômicas estavam o pastoreio e o comércio. À medida que o comércio cresceu, os mercadores do sudoeste da península passaram a organizar caravanas em direção à Palestina e à Síria, mais ao norte, onde vendiam mercadorias do Oriente que chegavam pelo Oceano Índico. Era uma viagem difícil, pois só havia água nos poucos oásis existentes no caminho. Sob o impulso do comércio, alguns núcleos urbanos se formaram em torno de oásis como os de Qurayya e Tayma, no noroeste da atual Arábia Saudita. De modo geral, esses centros se configuravam como cidades-Estado, pois contavam com leis e governos próprios. Pouco a pouco, alguns desses centros se enriqueceram com o comércio e se transformaram em reinos, como o de Sabá. A religião dos árabes, inicialmente, era de culto a diversos deuses relacionados aos astros e a fenômenos naturais. Além disso, eram animistas, ou seja, acreditavam que objetos inanimados, como uma pedra, por exemplo, também tinham alma. Alguns desses objetos eram venerados por peregrinos. Um desses lugares era Meca, cidade situada em um oásis no lado ocidental da península Arábica e ponto de encontro de caravanas. Além de seu intenso comércio, Meca contava com um santuário construído em formato de cubo, conhecido como Caaba. Ali, as pessoas reverenciavam 360 deuses e deusas e prestavam homenagens a uma pedra negra considerada sagrada. A partir de 613, um condutor de caravanas chamado Maomé passou a proclamar preceitos religiosos diferentes dos existentes na região. Maomé afirmava a existência de um único Deus, Alá, e denominava sua religião Islã, que quer dizer submissão a Deus. Para os grandes comerciantes, o monoteísmo de Maomé representava um perigo, pois