O Surdo - Resenha
O segundo capítulo do livro de Audrei Gesser foca no principal usuário da língua de sinais: o surdo. A autora inicia esclarecendo uma das principais crenças que permeia a sociedade: chamar o surdo de surdo-mudo, ou de deficiente auditivo. E são termos que possuem significados diferentes. A comunidade dos surdos não aceita os termos: deficiente auditivo e surdo-mudo. Quanto ao “deficiente auditivo” é um termo médico, clínico. O termo “surdo-mudo” é incorreto, pois a maioria não tem problemas com o aparelho fonador e podem ser oralizados, ainda que a língua materna seja a Libras. O termo aceito pela comunidade dos surdos, simplesmente, é surdo. No passado, achavam que a surdez vinha acompanhada por alguma falha na inteligência. Com a inclusão dos surdos no processo educativo entendeu-se que eles não tinham a possibilidade de desenvolver a inteligência por causa dos poucos estímulos que recebiam, uma dificuldade na comunicação entre surdos e ouvintes. Com o desenvolvimento das línguas de sinais e o trabalho de ensino das línguas orais, permitiram aos surdos os meios de desenvolver sua inteligência. Infelizmente, o povo surdo ainda é tratado com preconceitos, paradigma que precisa ser quebrado, pois os surdos têm os mesmos direitos, como qualquer outro ser humano.
O intérprete ganhou importância nas interações entre surdos e ouvintes. A necessidade de intérprete em espaços institucionais em que as pessoas não falam a sua língua, já é um direito reconhecido pela lei. Os surdos têm um uma percepção de barulho diferente dos ouvintes, pois ouvem com os olhos, o barulho que reconhecem é o ruído visual, quando vários surdos conversam ao mesmo tempo. E quanto à música, percebem através da vibração ao verem outros dançarem, distinguindo os diferentes ritmos.
O surdo não precisa ser oralizado para integrar-se à sociedade dos ouvintes, pois, conforme Gesser, a oralização seria uma ação que negaria a língua dos surdos. Muitos foram discriminados e sofreram por não