O Sorvete
Era uma terça-feira no ano de 1990, eu e meu parceiro, policial Colep, estávamos investigando um caso muito importante e sigiloso sobre um possível trafico na região. Saindo pela manhã com o nosso velho Opala e indo para a velha lanchonete em que sempre íamos, a Lanchonete do Balacobaco. Em todas as manhãs sempre pedíamos o mesmo, eu pedia Panquecas e meu parceiro pedia um suco de beterraba e um misto com creme de goiabada e queijo, naquele estabelecimento tão querido por nós trabalhava uma moça encantadora na qual Colep era apaixonado, mas nunca tinha coragem de falar com ela, o seu nome era Evelyn, “tinha lindos cabelos cor de ouro e olhos verdes com rosto de anjo” e assim Colep descrevia ela.
Naquele mesmo dia fomos tentar resolver o caso indo a “suspeita” Sorveteria do Carlos, aonde havia um constante movimento e não era um simples “movimento”, havia muitos ex-presidiários indo ao local. Chegamos disfarçados para não nos reconhecer, então entramos nos sentamos e pedimos um sorvete de baunilha e Colep pediu um milk-shake de banana com graviola, jiló e tomate, sim seu gosto culinário era curioso! O garçom da sorveteria veio e nos perguntou:
-Os senhores gostariam de uma cobertura de limão?
E nós pensamos que aquilo era um código, então eu disse:
-Sim, pode trazer!
O garçom entrou na cozinha de funcionários da sorveteria que ficava nos fundos do estabelecimento, ao mesmo tempo vimos um rapaz alto, com luzes no cabelo e com uma mancha no dente, percebemos que ele era Jack Barrinho, um dos antigos presos mais conhecidos da cidade, pois a até sua mãe já havia chamado a policia para ele. Vimos que ele pediu um sorvete, de abacaxi para ser exato, então pediu que colocasse o recheio de sempre.
Quando o garçom entregou o sorvete para ele junto com um “saquinho” levantamos e dissemos em voz alta:
-Policia todo mundo parado e com as mãos para cima!
E Jack Barrinho disse:
-Se não são os tiras!
Então fomos até eles e revistamos todos