O sistema de organização e gestão da escola
As escolas têm como tarefas a educação, o ensino e a aprendizagem dos alunos em relação a conhecimentos, procedimentos, valores, tarefas que se cumprem pelas atividades pedagógicas, curriculares e docentes. Os meios e condições de consecução desse propósito são assegurados pelas formas de organização escolar e de gestão, elas próprias também portadoras de influxos educativos. Objetivos e funções da escola e formas de organização e de gestão são, pois, interdependentes. Entretanto, do ponto de vista teórico, são dois âmbitos da atividade escolar que resultam em campos de investigação com distintos objetos de estudo. Em geral, as diferentes concepções pedagógicas têm como suposto que as escolas são instituições sociais que, para cumprirem seus objetivos, necessitam condições e meios de funcionamento. Divergem, no entanto, em relação à escolha e à operacionalização desses meios.
Com base nos estudos existentes no Brasil sobre a organização e gestão escolar e nas experiências levadas a efeito nos últimos anos, é possível apresentar, de forma esquemática, três das concepções de organização e gestão: a técnico-científica (ou funcionalista), a autogestionária e a democrático-participativa.
A concepção técnico –científica, a organização escolar é tomada como uma realidade objetiva, neutra, técnica, que funciona racionalmente e, por isso, pode ser planejada, organizada e controlada, de modo a alcançar maiores índices de eficácia e eficiência. Prevalece uma visão tecnicista, mas ainda é forte o peso da visão burocrática em que se realça a divisão de cargos e funções, normas e regulamentos, planos de ação previamente elaborados para serem cumpridos.
A concepção autogestionária se caracteriza pela ausência de direção centralizada e pela acentuação da participação direta e por igual de todos os membros de instituição. Tende a recusar o exercício de autoridade e as formas mais sistematizadas de organização e gestão,