o senhor das moscas
O filme narra a história de algumas crianças que, ao voltarem para casa de avião, após uma viagem, caem no mar e são obrigadas a conviver em uma ilha. O único adulto presente na viagem, o piloto, fere-se gravemente, vindo a falecer. A partir da queda do avião, o filme retrata a tumultuada convivência dos adolescentes, suas novas possibilidades e limitações, assim como as tentativas de arranjos grupais.
A ilha que serve como cenário para o desenrolar da trama é fundamental nesse sentido, uma vez que é um ambiente paradisíaco e selvagem, mas que oferece as condições básicas para a subsistência, como água e comida, embora exija que os infantes lutem por isso.
A situação nova que se apresenta às crianças, todas provenientes de um colégio interno, implica em uma mudança de postura. Obrigados a conviverem, têm de suportar essa situação grupal forçada, ao mesmo tempo em que é necessário se adaptar a essa nova realidade. Assim, convocam uma assembleia em que decidem que aquele que está com a concha tem a palavra nas conversas entre eles. Além disso, fazem uma votação para escolher um líder. No entanto, os jovens acostumados à vida na sociedade, aos poucos, começam a se deixar governar por seus instintos.
Por meio da nova realidade do grupo, eles dividem-se em tarefas que se referem à caça, preocupação com as condições climáticas e um constante pedido de socorro. O fato de estarem sem adultos em uma ilha, contrasta com as dificuldades que a sobrevivência impõe. A disputa pelo poder e as discordâncias referentes à sobrevivência dão lugar à violência e a selvageria.
Segundo Pichon-Riviere o grupo é definido por um conjunto de pessoas que se relacionam através da sua mútua representação interna, compartilham tempo e espaço, e estabelecem uma rede de papéis, formando vínculos entre si.
No filme "O Senhor das Moscas" é possível encontrar vários elementos que vão ao encontro da teoria de grupo proposta por Pichon-Rivière.
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