O seminarista
BERNARDO GUIMARÃES | | | | | A época: contexto histórico do Romantismo | Voltar ao topo | O período de maior vigor da estética romântica corresponde à primeira metade do século XIX, época em que a civilização ocidental vive profundas contradições, grande parte delas trazida pela Revolução Industrial e pelo aumento de complexidade social determinado por ela.Assim, a estética romântica vai expressar os sentimentos dos descontentes com as novas estruturas: a nobreza, que já caiu, e a burguesia, que ainda não subiu. Resultam daí as atitudes saudosistas ou reivindicatórias que pontuam todo o movimento.A Europa vivenciava grandes mudanças já desde a segunda metade do século XVIII. Entre elas, cabe destacar a crise das monarquias nacionais absolutistas e a Revolução Francesa, com a disseminação dos seus ideais de Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Assiste-se também ao surgimento do Liberalismo em política, moral, economia e arte e a uma nova escala de valores em que predomina o interesse pelo enriquecimento.Tantas transformações históricas, sociais e culturais exigem a compreensão global do complexo romântico, para que se possam entender os vários níveis de abordagem do movimento e sua riqueza de motivos e temas: o amor, a saudade, a dor, a infância, a pátria, a natureza, a religião, o passado são apenas alguns dos principais.O Brasil também vive uma fase peculiar; a vinda da família real, em 1808 — e sua permanência na colônia até 1821 — determinaria profundas mudanças e marcantes ocorrências políticas e sociais, entre as quais se destacam:Num primeiro momento: * a abertura dos portos; * a criação da Imprensa Régia; * a fundação do Banco do Brasil; * a Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios.Em 1822: * a Independência do Brasil, que teve como conseqüência direta na arte um clima de euforia e ufanismo patriótico, com a exaltação da pátria, da terra, da gente e da natureza brasílicas; * início do Primeiro Reinado, que se