O Seminarista
Nessa obra dramática, o autor investe contra o celibato religioso e o autoritarismo das famílias do século XIX, que impediam o jovem de seguir um caminho escolhido.
O Seminarista narra o drama de Eugênio e Margarida que, na infância passada no sertão mineiro, estabelecem uma amizade que logo vira paixão. O pai de Eugênio, indiferente aos sentimentos do filho, obriga-o a ir para um seminário. Dilacerado entre o amor e a religiosidade, Eugênio segue para o mosteiro. Além disso, o livro também mostra a ação patriarcal, ou seja, o sr Antunes manda e a sra Antunes não pode interferir. Tanto é que nem nome ela recebe, é chamada pelo sobrenome do marido.
Embora todo o sofrimento da perda amorosa, o jovem dedica-se à vida espiritual e acaba ordenando-se sacerdote. Volta então à aldeia natal para rezar a sua primeira missa. Lá encontra a sua antiga paixão, Margarida, que está à beira da morte. Os dois não resistem ao impulso afetivo e mantêm relações. Em seguida, a heroína morre. Eugênio,ao iniciar a missa de um defunto, descobre que aquele era Margarida e assim enlouquece de dor afetiva e moral. Joga sua roupa de padre no chão e sai correndo pela porta principal da igreja. Desesperado. Sem controle. Estava louco. enlouquece de dor afetiva e moral, tanto pelo desaparecimento da amada quanto pela quebra do voto de castidade.
Eugênio e Margarida são vitimas da arrogância e dos preconceitos de uma época que os faz viver tão tragicamente como Romeu e Julieta.
Apesar de sua dimensão melodramática sentimental, o romance apresenta uma das mais veementes críticas ao patriarcalismo em toda a literatura do século XIX.
O seminarista é romance de linha pastoril na tradição da escola romântica. O autor recebe influência de Alexandre Herculano. É o “monasticon” brasileiro: romance contra o celibato clerical e a vocação forçada. Bernardo Guimarães fala de Minas Gerais e Goiás, misturando a idealização romântica com