O renascimento e a mudança da mentalidade na europa
Com o advento das Cruzadas e o reflorescimento do comércio europeu, que se deu num primeiro momento com as trocas entre Ocidente e Oriente, iniciou-se uma nova era para a Europa. Os olhos do antigo continente, antes voltados para o campo, viram as cidades responsáveis por esse comércio crescerem vertiginosamente juntamente com o nascimento de uma nova classe social que haveria de por fim na rígida estratificação social dominante durante a era medieval: a burguesia. Portanto, para compreendermos o ideário e a nova mentalidade renascentista, que começou a vigorar na Europa moderna, é necessário também entendermos o nascimento do capitalismo e da nova classe social que vinha em seu bojo, ou seja, a burguesia mercantil. Diversos historiadores compreendem o Renascimento como sendo o primeiro momento de um chamado ‘'processo de dessacralização do mundo'', onde este se tornava cada vez menos místico em detrimento do racionalismo crescente desencadeado pela ascensão da burguesia. Tal processo se iniciou-se com o Renascimento passou pela Reforma e veio a culminar no Iluminismo com sua Revolução Francesa, que marcaram a vitória da burguesia e de suas proposições políticas, econômicas, artísticas e filosóficas. Assim sendo, a compreensão do pensamento do homem renascentista está diretamente imbricado no surgimento do capitalismo, no crescimento dos burgos e na ascensão da burguesia. Esses burgos representavam a liberdade para o homem do fim da Idade Média, ainda atado às estratificações sociais existentes. Um antigo ditado alemão dizia: ‘‘ o ar da cidade é o ar da liberdade'', uma vez que lá as rígidas formas medievais eram abandonadas. Não é de se estranhar, portanto, que o Renascimento tenha aparecido inicialmente nas fulgurantes repúblicas italianas, por onde circulava grande parte do comércio europeu do período. O Renascimento marcou o surgimento de um novo conjunto de idéias e práticas que estavam mais de acordo