O Realismo das Ideias em Platão
Caruaru/201
“MORENTE, M.G. Fundamentos de filosofia. 8ª edição São Paulo: Mestre Jou, 1930.”
Lição VI
O Realismo das Ideias em Platão
O eleatismo não é idealismo, mas realismo.
“Vimos as linhas gerais da filosofia de Parmênides, e podemos delas tirar as duas bases fundamentais em que se assenta todo o sistema. Essas duas bases fundamentais são: primeiramente, a identificação do ser com o pensar; em segundo lugar, a aplicação rigorosa das condições do pensar à determinação do ser.” (pg 81)
“Todavia, esta interpretação está radicalmente errada. Nem todos os historiadores da filosofia a compartilham, nem de longe.” (pg 82)
“[...] Os historiadores da escola de Marburgo viram em Parmênides um idealista. Sobretudo em Platão, sucessor de Parmênides, acreditaram vislumbrar um verdadeiro precursor de Kant. Interpretaram o eleatismo e o platonismo, Parmênides e Platão, como idealistas avant la lettre.” (pg 82)
“[...] Á filosofia de Parmênides não pode, de modo algum, ser entendida como um idealismo antes do idealismo.” (pg 82)
“[...] Na realidade, Parmênides não é um idealista.” (pg 82)
“[...] Parmênides é o filósofo grego que estabelece as bases do realismo filosófico. Porque é claro que existe no pensamento de Parmênides esta identidade entre o ser e o pensar; mas a interpretação dessa identidade dependerá do lugar em que nós coloquemos o acento. Podemos colocar o acento no “pensar” e dizer que o ser se reduz a pensar, e então é claro que teremos algo parecido com o idealismo; mas coloquemo-lo ao inverso: coloquemos o acento no “ser”, e concluímos que o ser é quem recebe as determinações do pensar, que o pensar não é mais que aquele que inveja no ser suas próprias determinações.” (pg 82)
“[...] Parmênides parte na sua metafísica da realidade das coisas; de que as coisas são reais; de que essas coisas que vemos, tocamos, sentimos, temos diante de nós, possuem a plenitude do ser.”