“O quê que eu quero com isso?”: a desconstrução de preconceitos de gênero, raça, cor e etnia na infância
A desconstrução de preconceitos de gênero, raça, cor e etnia na infância
Resumo
Trata-se de relato de experiência decorrente do trabalho com oficinas semanais de duração de uma hora cada para duas turmas de 20 crianças com idade de 6 anos inscritas em regime de contra-turno em uma Instituição caritativa, na cidade de Assis no interior do Estado de São Paulo. O trabalho acontece desde 2008, sendo que a cada ano reonvam-se as turmas de crianças. Desde então observamos a relação que as crianças participantes têm com as temáticas de gênero, sexualidade, raça, etnia e diferenças sócio-econômicas. É evidente em seus discursos os preconceitos e esteriótipos de gênero. A partir de jogos, histórias, desenhos e atividades físicas, estamos possibilitando a desconstrução de alguns esteriótipos, instigando-as à reflexão dos papéis de gênero préviamente estabelecidos e institucionalizados como norma vigente. O foco teórico deste trabalho são as teorias sócio-histórica, estudos de gênero e culturais e autores representativos da teoria queer e pós-estruturalista. A base metodológica que nos serve para a preparação das oficinas semanais implica a psicanálise em seu recorte de clínica ampliada, o que possibilita ao aluno de psicologia posicionar-se de modo a propiciar aos participantes a possibilidade de associação livre e exercício transferencial que lhes permita produzir performatividades mais críticas em relação às produções heteropatriarcais e heteronormativas que atravessam os seus processos de subjetivação. Neste sentido, as oficinas são organizadas de modo a enfatizar a dimensão coletiva da produção de subjetividade com ênfase à apropriação de práticas discursivas que priorizam a valorização das diversidades junto a essas crianças.
INTRODUÇÃO
Trata-se de relato de experiência decorrente do trabalho com oficinas semanais, realizadas junto às crianças inscritas na Instituição Casa da Criança “Dom Antônio José dos Santos”, na