O quinto Império
O poema que eu vou analisar pertence a terceira parte da “Mensagem”, e tem como título “O quinto Império”, em que se confirma a construção de um novo ciclo de grandeza.
Nas duas primeiras estrofes do poema, o sujeito poético lamenta o facto de as pessoas viverem demasiado das rotinas que criaram ao longo da vida, preocupando-se apenas em satisfazer as necessidades básicas, esquecendo que sonhar é uma parte importante da vida. O conforto do lar (“Contente com o seu lar”) ou a vivência de uma felicidade aparente (“Triste de quem é feliz”) são algumas dessas necessidades.
No final da segunda estrofe, é ainda referido que as pessoas têm interiorizado o seu destino “…a lição da raiz”, que é viver até a hora da morte “Ter por vida a sepultura”.
No seguimento do poema, na terceira estrofe, aquela que faz ligação entre o primeiro grupo de estrofes, constituído pela primeira e segunda estrofe, e o segundo este constituído pela quarta e quinta estrofe, o sujeito poético constata que o homem deve ser descontente, ou seja, que não se deve limitar a uma vida básica e que deve correr atrás dos seus sonhos e objetivos, sem se deixar afetar por coisas negativas.
Ao concluir, na quarta e na quinta estrofe, o sujeito poético refere esperançosamente que uma nova era venha nascer e que juntamente com ela, o sentimento lutador das pessoas renasça também.
Os recursos estilísticos presentes no poema são a antítese, enumeração, a metáfora, a personificação, anáfora e pergunta retórica.
O poema é constituído por cinco estrofes. Quanto ao número de versos a primeira é uma quintilha, a segunda também e assim sucessivamente ao longo do texto. O esquema rimático é sempre apresentado por ab aa b, logo é interpolada e assim também emparelhada.
Quanto a métrica podemos ver que também é quase sempre respeitada. Assim vemos: “Tris/te/ de/ quem/ vi/ve em/ ca/sa/”, “Con/ten/te com/ o/ seu/ lar./” O primeiro verso da separação da métrica é um heptassílabo e o segundo também.