A relação do Mito Sebastianista e o Quinto Império na “Mensagem”
A relação do Mito Sebastianista e o Quinto Império na “Mensagem”
“E a nossa grande raça partirá em busca de uma India nova que não existe no espaço, em naves que são construídas «daquilo que os sonhos são feitos».”
“Temos felizmente o mito sebastianista com raízes profundas no passado e na alma português. Nosso trabalho é pois mais fácil; não temos que criar um mito, senão que renová-lo”
Fernando Pessoa
O Sebastianismo e o Quinto Império
Qual a sua relação? O Sebastianismo é considerado um mito nacional, um movimento religioso edificado em redor de uma personagem nacional, D. Sebastião, cujo cognome era O Desejado, onde mais tarde foi denominado O Encoberto. O “Encoberto” remete-nos para a terceira parte da “Mensagem” de Fernando Pessoa. D. Sebastião apresenta-se como uma figura simbólica e não como uma figura literal na obra - em “Mensagem” é encarado como Portugal. Portugal este que perdeu a sua grandeza com a perda do rei D. Sebastião na batalha de Alcácer Quibir e só voltaria a tê-la quando este voltasse. Como dita a lenda, D. Sebastião regressará numa manhã de nevoeiro, no seu cavalo branco, vindo de uma ilha longínqua, onde esteve até agora.
O Quinto Império é a realização do reino universal de Cristo, é um império espiritual, sonho mítico do Padre António Vieira. Este império remete-nos a (surge como) uma hipótese de transformação e de purificação da Humanidade. O V Império provém da junção de outros quatro impérios, o Império Grego, Romano, Cristão e Inglês. Esta junção teve como objetivo a formação de um primeiro império verdadeiramente mundial e universal, pois considera-se que a universalidade é a chave deste novo Império, daí a grandeza de Pessoa e o seu apelido de visionário.
Estas duas abordagens estão inter-relacionadas entre si, porque como já foi referido anteriormente, o regresso de D. Sebastião é que traria uma melhoria a Portugal, o mesmo se pode dizer acerca do Quinto Império. O desaparecimento