O QUE É LITERATURA REGIONAL
O Regionalismo na Literatura brasileira
O regionalismo pode ser compreendido de várias maneiras: quanto ao assunto, quanto à linguagem ou quanto o arranjo narrativo. Pode aparecer numa obra relacionado ao mundo rural, ora como algo ultrapassado, mas também como literatura popular, como representação da violência ou até mesmo como uma espécie de nacionalismo. A verdade é que o termo regional, ou regionalismo suscita muitas discussões no meio acadêmico por parecer um assunto voltado ao que Bosi chama “literatura menor”.
O crítico Antonio Candido classifica a narrativa regionalista em três fases: o regionalismo pitoresco, o regionalismo crítico e o super-regionalismo.[2] Conforme Candido, num primeiro momento, no final do século XIX e início do século XX, o regionalismo pitoresco parece funcionar como elemento de segregação entre o campo e a cidade e as personagens são absorvidas pela paisagem e os costumes. É um regionalismo caracterizado pelo tratamento anedótico que é dado à personagem, cuja função parece ser servir de espetáculo para o homem da cidade. Essa corrente, com o passar do tempo transforma-se, gerando a literatura sertaneja, que se estendeu às melhores tendências literárias após 1930. A partir do decênio de 1930, esse regionalismo pitoresco cede lugar ao chamado romance nordestino, com traços de denúncia e aspereza crítica, ou seja, o regionalismo crítico, mencionado anteriormente. Nesse romance, o que antes - personagem e espaço - era apresentado com objetivo de servir de espetáculo para o homem da cidade, agora aparece com uma complexidade até então inexistente na narrativa regionalista. Os autores de narrativas críticaspressupõem leitores também críticos, conscientes dos problemas sociais.
O regionalismo prende-se, pelo menos durante o Romantismo, às tendências nacionalistas que tomaram grande força entre nós a partir dos movimentos pela independência política e cultural. Apesar de o indianismo ser considerado o fruto mais