Este trabalho tem como objetivo discutir o conceito de Literatura Regionalista e de que modo certas dicotomias instauradas no Brasil desde a década de 1930 classificaram as produções literárias do Nordeste como “regionalistas”, enquanto que as produções do Sul eram vistas como “nacionais”. Tal segregação perdura até os dias de hoje e poucos teóricos falam sobre o assunto. É com o intuito de questionar o conceito de “regional” em detrimento de “nacional” que serão abordadas teorias que visem validar ou negar a rotulação de “Literatura Regionalista” nas produções do Nordeste, assim como as diferenças existentes entre Norte e Sul do Brasil, sejam elas políticas, socioeconômicas, culturais ou geográficas. Para isso será feito um percurso histórico da literatura de 1930 aos dias atuais. As bases literárias para a discussão do regionalismo na literatura produzida no Norte/Nordeste são as obras O Quinze (1930), de Rachel de Queiroz, e o conto Um oriental na vastidão (2009), de Milton Hatoum. A partir da análise das obras e de teorias que abordem o tema “regionalismo” serão mostrados dois escritores diferentes que tratam de temas distintos, mas que não abandonam certos matizes regionais. Isto é, tanto Rachel de Queiroz quanto Milton Hatoum tece em suas obras tipos humanos e paisagísticos das regiões Norte e Nordeste do Brasil. A escritora cearense com intuito de falar dos retirantes, o que não deixou de ser uma forma de denunciar o descaso das autoridades para com o povo nordestino, em especial o sertanejo. Milton Hatoum usou imagens da região Norte para promover ao mundo a Amazônia com suas riquezas naturais e culturais: a fauna, a flora, o povo e seus costumes. Acredita-se ser esta a intenção do escritor: ultrapassar fronteiras e fazer do Brasil um país visto por todo o planeta. Através desse estudo torna-se inegável a existência de elementos regionais em ambas as obras, no entanto não cabe aqui taxá-las como Literatura Regional. O que se busca aqui é mostrar que as