O que é leitura
- e muito - na leitura racional captarrnos como se constrói esse sentido ou sentidos. Para tanto, um dos aspectos mais significativos está no reconhecimento dos indícios textuais. Essas pequenas unidades de sentido são verdadeiras pistas para o leitor compreepder o objeto lido em seu todo, mesmo que muitas vezes passem quase despercebidas ou que o autor as disponha de modo mais ou menos explícito, estabelecendo-se, assim, uma espécie de jogo; aliás, algo ainda mais estimulante para a leitura.
Nos romances ditos "psicológicos", com fre- qüência a criação de indícios está presente na própria descrição das personagens; a característica
O que é Leitura7! física indica traços de personalidade. Às vezes esse recurso é usado de maneira caricatural, mar- cando o perfil de determinados tipos. Tem sido extremamente explorado nas narrativas populares, nos folhetíns, nas fotonovelas, nas telenovelas, no cinema, no teatro. Os modelos clássicos dessa tipologia remontam à dupla Ouixote/Pança, criaçâo de Cervantes. Dom Quixote tem sua alienação e vulnerabilidade salientadas pelo porte
Írágtl, longi!íneo, doentio, envelhecido, @ntrastando com o ridículo de uma paramentacão e atitudes de pseudocavaleiro, aliás, "Cavaleiro da Triste Figura". Sancho Pança, já no próprio nome, carrega algo de bonachão e primitivo, cotrìo sua aparência; embora "de muy poca sal en la mollera", seu espírito pragmático transforma-o em escudeiro perfeíto para o sonhador Quixote.
O romance naturalista, postulando o princípio de que "o homem é fruto de seu meio", apresenta sempre indícios ambientais para corroboi.ar.traços do caráter e até explicar as ações das personaçns.
O nosso Aluísio de Azevedo é um exemplo de autor que utiliza esses recursos, para não falar deZola ou do grande Ëça de Oueiroz.
Ouanto ao texto policial ou ao fantástico, são sem dúvida