O que é Filosofia
A filosofia não é só a ‘’arte de questionar’’.
O homem é o único que sabe que vai morrer, que tem consciência disso, por isso a maioria se volta à religiões, já que estas oferecem uma ‘’proposta/ideia de salvação’’.
Vencer os medos que paralisam a vida
A religião tentar nos salvar de um perigo... Mas que perigo? A morte. Prometenos a ideia de uma vida eterna, de uma imortalidade.
Ou estou vivo, e a morte, por definição, não está presente, ou então ela está presente, e, também por definição, eu não estou presente para me afligir!
A morte acaba sendo não só o biológico, mas tudo aquilo que fica no passado e que não podemos mais reencontrar.
Em outras palavras, se as religiões se definem como “doutrinas da salvação” por um outro, pela graça de Deus, as grandes filosofias poderiam ser definidas como doutrinas da salvação por si mesmo, sem a ajuda de Deus.
...Se encontra em Montaigne, no famoso adágio segundo o qual filosofar é aprender a morrer. No entanto, isso acontece num nível mais profundo, porque a irreversibilidade do curso das coisas, que é uma forma de morte no interior mesmo da vida, ameaça-nos de sempre nos arrastar para uma dimensão do tempo que corrompe a existência: a do passado, onde se instalam os grandes corruptores da felicidade que são a nostalgia e a culpa, o arrependimento e o remorso.··.
Dois males que pesam sobre a vida humana, dois centros de todas as angústias que vêm estragar a única e exclusiva dimensão da existência que vale a pena ser vivida, simplesmente porque é a única real: a do instante presente. O passado não existe mais, e o futuro ainda não existe, insistiam eles; e, no entanto, vivemos quase toda a nossa vida entre lembranças e projetos, entre nostalgia e esperança.
É nesse ponto também que a filosofia, que toma um caminho contrário, confina com o diabólico. Para um teólogo dogmático, a filosofia — salvo, é claro, se ela se submete completamente à religião e se põe inteiramente a seu serviço (mas então ela não