o que e o educador
Lino de Macedo1
O que é prática reflexiva na escola?
Quais os desafios que enfrentamos ao realiza-la?
Por que a prática reflexiva é tão importante hoje?
O objetivo deste artigo é abordar essas três questões.
A prática reflexiva na escola Historicamente, prática e reflexão foram tratadas como adversárias. Ainda hoje é freqüente a divisão entre aqueles que se interessam mais pela reflexão teórica, pelo domínio do conhecimento no plano do discurso ou da especulação, e aqueles que preferem “por a mão na massa”, isto é, considerar o plano de experiência e suas realizações. Como pensar o conhecimento e a reflexão sobre ele como um corpo que caminha com duas pernas, uma que expressa sua dimensão prática ou procedimental e outra que representa sua dimensão compreensiva ou explicativa? Como considerar essas dimensões do conhecimento como duas partes compondo um mesmo todo, de modo independente? Defendemos, portanto, uma relação de cooperação ou reciprocidade entre a reflexão e a prática, uma complementando a outra, de forma irredutível e indissociável. Em termos concreto essa mudança de ênfase sugere duas questões: como refletir sobre a ação já realizada ou sobre a ação a realizar? Como praticar a reflexão? Praticar a reflexão supõe admitir que, como prática, ela se expressa como qualquer outra forma de conhecimento que se realiza no espaço e no tempo, por meio de estratégia ou procedimentos que favorecem sua melhor realização, e que pode ser mais bem realizada pela mediação de um formador. Apesar disso, a prática reflexiva na escola ainda se faz de modo irregular, quase individual e perturbado por todos os tipos de pressões e ambivalência. Irregular porque é freqüente surgir algo urgente para ocupar o seu lugar.
Quase individual porque as iniciativas e as boas intenções institucionais nem sempre correspondem à satisfação das necessidades para a realização dessa prática. Perturbador