O educador
Prof. Telma Pileggi Vinha
Doutoranda na UNICAMP – Campinas-SP
Professora da UNICAMP
Telma Pileggi Vinha trata, neste artigo, da questão do desenvolvimento da moralidade, da autonomia e da disciplina na Educação Infantil. Baseando-se na teoria construtivista de Jean Piaget, a autora aborda temas como o posicionamento dos pais e dos educadores, os limites da intervenção do professor e a necessidade de um ambiente apropriado para a formação de um cidadão autônomo, crítico, criativo, responsável e que saiba conviver com o outro.
Quando eu trabalhava em Itatiba, cidade próxima a Campinas, como coordenadora, os professores costumavam me perguntar: “O que eu faço com aquele aluno que bate nos outros? O que eu faço com aquele que fala palavrão o tempo inteiro? E com aquele que não pára um minuto quieto, que fica correndo pela classe? Eu ponho para pensar e não adianta.”
Eu também não sabia o que fazer. Sabíamos que não podia gritar, não podia estrangular, mesmo sendo nossa vontade, não podia colocar de castigo, não podia bater. Nós sabíamos o que não fazer, mas não sabíamos quais procedimentos eram adequados para lidar com essa questão do desenvolvimento da moralidade, da autonomia, da disciplina.
Estudamos um pouco de psicologia, lemos textos, lemos artigos e não queremos educar como educávamos algumas décadas atrás. Não queremos repetir um modelo de educação autoritária, como a que nós tivemos. Mas, ao mesmo tempo, nos sentimos inseguros de como agir diante de um mal comportamento de uma criança. Por vezes, os professores sentiam-se muito permissivos. Diziam: “Eu converso, converso, converso e não adianta. Não acontece nada. Ele continua da mesma maneira.”
Em outros momentos, o professor não se continha e acabava estourando e sentia-se autoritário demais. A nossa preocupação era encontrar o limite da intervenção, de qual o procedimento que está mais