O que pode o ensino de história? Sobre o uso de fontes na sala de aula
Sobre o uso de fontes na sala de aula
O objeto deste artigo não se resume, então, à constatação da especificidade dessas histórias, mas parte de tal constatação a fim de tratar do compasso e do descompasso entre a historiografia e o ensino de história na escola básica. Particularmente, este artigo trata dos efeitos e, ao mesmo tempo, da incorporação, por parte da sala de aula, de um dos fenômenos mais importantes da historiografia contemporânea, a chamada “revolução documental”. Pag 114
O imaginário, as mentalidades, o cotidiano, a vida privada, sensibilidades passam a fazer parte do universo da História e permitem aos historiadores montar uma trama mais bela da vida dos povos e dos tempos passados. Também permite abandonar a velha história eurocêntrica e abordar a história dos povos africanos e indígenas, que outrora eram objetos de estudo quase exclusivos da Antropologia. Pag 115
Esse debate passa ainda pelo tratamento do discurso histórico como um conjunto de representações (CHARTIER, 1991) sobre o passado. Pag 117
No curso de História, integrado ao ambiente acadêmico, o ensino se volta a uma formação que exige a aprendizagem da filosofia e da epistemologia da disciplina, de modo que não apenas o futuro professor de História amplie e refine seu olhar para o real, mas que se torne um agente da pesquisa e da socialização do conhecimento histórico. Pag 118
O acúmulo de conceitos históricos serve para tornar os estudantes sujeitos capazes de produzir opiniões e de considerar soluções políticas para os problemas do seu tempo. Pag 120
Quando utilizadas como prova para mostrar ações da Igreja na Idade Média, essas imagens simplesmente deixam de ser consideradas como monumentos e a aula de história perde uma boa oportunidade de discutir o papel constitutivo das imagens constantes nas publicações didáticas e de perceber o olhar que os livros didáticos direcionam para o medievo quando lançam mão dessas imagens.