O que não é assédio
HIRIGOYEN, Marie-France. Mal-Estar no trabalho: redefinindo o assédio moral. 6ª. Ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2002.
Resumo do capítulo 1:
O QUE NÃO É ASSÉDIO
Nem todas as pessoas que dizem ser assedias, realmente sofreram tal abuso. Por isso é necessário cautela no julgamento e saber distinguir o assédio moral de outras formas de experiências no ambiente de trabalho, tais como, estresse, pressão no trabalho, conflito velado, desentendimento, entre outros.
O estresse – na linguagem usual, é entendido como as sobrecargas e más condições de trabalho. O assédio moral é muito mais que o estresse, embora seja um componente das fases do assédio moral. O estresse é caracterizado pelas pressões e exageros de tarefas múltiplas e repetitivas, levando a uma “depressão por esgotamento”. Outra diferença entre assédio moral e estresse está no repouso. No primeiro caso, mesmo após um período de repouso, a vergonha e a humilhação persistem por um longo tempo, Já no segundo caso, o repouso e a melhora nas condições de trabalho são suficientes para melhora do quadro.
É importante fazer a diferença entre assédio moral e virtudes do conflito. O conflito é uma guerra aberta, onde as recriminações são faladas. O assédio moral, por sua vez, implica em ações subliminares, escondidas. Embora se reconheça no conflito a possibilidade de renovação e reorganização, muitas empresas o temem com receio de prejudicar a imagem da sua marca. E, por conseguinte, preferem deixar se instalam uma comunicação perversa, com as manipulações como produto final. De modo geral, no mundo laboral, o empresariado não está tão atento as dificuldades relacionais, exceto se tal conflito ocasionar um evidente prejuízo à empresa.
A diferença fundamental entre assédio moral e conflito está na simetria da relação. No assédio moral inexiste uma relação simétrica, mas uma relação de dominante-dominado, sempre precedida de dominação psicológica do agressor e submissão forçada da