O Príncipe
De acordo com o período medial e renascentista, o conceito de política estaria baseado em fatores externos ou anteriores ao seu próprio fundamento. Esta concepção acompanharia três premissas de política por meio de seus ideais estabelecidos em um senso próximo ao comum. A primeira premissa estabeleceria o conceito de política mediante a divindade do deus cristão. Isto é, por meio da escolha de deus, a pessoa adquiria a possibilidade da prática da política para a obtenção da vontade divina. A segunda ideia inicial concentra a interpretação de um preceito natural do homem. Este seria, naturalmente, político devido à suas características. Além disso, a última premissa insere-se no âmbito da razão, porque dentro do espaço de predominância do racional no mundo e nas circunstâncias do homem, este deve estar de acordo com os conceitos racionas e, assim, ele instauraria a política.
Ademais, entre estes dogmas presentes nestes dois períodos, a política teria, como função de existência, a preservação de unidades sociais homogêneas e sem diferenciação de interesses. Ou seja, as diferentes camadas da sociedade viveriam sem conflito ou qualquer luta de classe. A oposição dessa conjuntura, a existência de algum conflito, auxiliaria em prejuízos para a política daquele governo. Logo, as distinções, entre os indivíduos, eram abominadas para a perfeita harmonia do governo vigente e de maneira geral, o príncipe estaria de acordo todas estas regras.
No entanto, a partir dos conceitos expostos por Maquiavel, em O Príncipe, ele desconcerta, em grande parte, os conceitos estabelecidos em períodos anteriores. Nesse contexto, ele define a origem da política mediante a confirmação de dois polos na sociedade, criando, assim, uma função para a política. Esta deveria unificar a cidade e estabelecer as suas próprias premissas para o possível surgimento de uma identidade social, porque pelo fato da existência de conflitos inerentes, a população necessita de um poder superior e