O principe
Logo em seu primeiro parágrafo o autor trata de explicar as duas formas de principados, que são o adquirido por fortuna que seria por ter tido a sorte de ter nascido em uma família real, ou por virtú que seria pela força em si, por ter batalhado para chegar ao principado. Por ora, iremos focar somente no principado hereditário, que como regra básica para manter o poder, é não abandonar a maneira de governar que seus antecessores tiveram, e deste modo sempre terá o Estado em suas mãos. Um grande exemplo é o duque de Ferrara, na Itália, que sob constante ataque ainda manteve seu poder sem maltratar o povo. E deve o príncipe sempre usar das inovações, desde que não cometa algum deslize exorbitante que ofenda o povo, e se assim o fizer, sempre será amado pelo povo.
Porém o problema está localizado nesse momento de transição, quando um príncipe novo assume o poder, o povo está sem um líder em quem se apoiar, levando-os a se voltar contra o seu senhor atual, forçando então o novo príncipe a conquistar o reinado como se nunca antes o pertencesse e por consequência todos os que se sentirem ofendidos serão seus inimigos. Até mesmo os que o colocaram em tal estatura estão contra ele, pois não ficaram satisfeitos como desejavam, mas, o príncipe não poderá usar de violência contra eles, uma vez que mesmo o príncipe tendo um bom exército, ainda assim precisará ter alguma estima do povo para entrar na província. E foi com essas atitudes que Luís XXII, Rei da França, conseguiu tomar conta de Milão em pouco tempo e com menos tempo ainda a perdeu, sendo necessário para sua derrota apenas um pequeno exercito e a insatisfação do povo, mas não se contentando com a primeira derrota, o Rei, toma Milão pela segunda