O príncipe- capítulo xxiv

293 palavras 2 páginas
Um soberano é sempre mais vigiado em suas ações do que um soberano de antiga dinastia, e quando em seus atos são encontrado virtudes, atraem e obrigam mais aos homens do que a antiguidade do sangue.Isso porque os homens são mais presos as coisas do presente do que as passadas,e quando aquelas os alegrão nada mais buscam. Deverá então o monarca novo não falhar em outras coisas, fortalecendo seu Estado com boas leis, boas armas e bons exemplos.

E, se considerarem aqueles senhores que, na Itália, perderam seus Estados nos nossos tempos, como o rei de Nápoles, o duque de Milão e outros, achara neles, primeiro um defeito comum quanto às armas, pelas razões que já foram expostas; depois, ver se á que alguns deles, ou tiveram a inimizade do povo, ou, tendo o povo por amigo, não souberam garantir-se contra os grandes.

Assim se por ventura esses nossos príncipes que possuíram por anos seus principados vierem os perde não deveram culpar a sorte, mais sim a sua própria indolência. Pois por não ter nunca pensado nas boas épocas que os tempos poderiam mudar (e é comum nos homens não se preocupar com coisas ruins enquanto estão num estado de tranquilidade) e quando tempos ruins vieram pensaram em fugir e não em lutar não deveram estes esperar que o povo cansado da insolência dos vencedores que os recebam de volta. Portando não deverá este desejar cair só por acreditar que encontrara quem o levante, esse não é um dos meios mais seguro ,mesmo que encontre quem o levante porque é um fraco meio de defesa o que não depende de ti. Pois são apenas bons e duradouros os meios de defesa que depende somente de te ti e suas

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