Análise "sexo e poder nas sociedades autoritárias" guido mantega
Sexo e poder estão ligados muito mais por uma questão simbólica. Assim como o diamante representa um símbolo de poder, a escolha da melhor parceira sexual (abordagem masculina) está ligada a um simbolismo de poder. O carro mais caro, a mulher mais cobiçada, a joia inacessível a muitos.
Tudo está enquadrado em um mesmo universo: eu posso você não pode! Então, eu sou melhor do que você. Temática da diferenciação de indivíduos, existente desde que o mundo é mundo. Abel era mais benevolente que Caim (simbolismo da época), despertando a inveja de Caim (sentimento presente até hoje). Resultado: humanidade... Sexo é uma das formas de expressividade de poder.
O capitalismo criou um poder invisível que pode ser extremamente eficiente, que é o sexo, na qual o mesmo ajuda o aumento da força do primeiro. Na sociedade autoritária a repressão da sexualidade se tornou uma espécie de arma, pois grande parte da população é ‘obrigada’ a exercer certo grau de repressão sobre os instintos de prazer para assim preservar os interesses do sistema de dominação. A moral repressiva surgiu para que a camada superior que se desenvolvia reprimisse suas necessidades naturais. O indivíduo submisso, impotente, mas com desejo de dominação tomará parte na manutenção do Estado autoritário.
A repressão já começa assim que a criança nasce com a imagem autoritária paterna que reprime os primeiros instintos da criança para moldá-la de acordo com as necessidades sociais. Esta exercida por indivíduos fabricados pelo capitalismo incapazes de uma comunhão solidária. Por isso a caça ao autoritarismo deve ser realizada não só no sentindo macroscópico (em relação ao capitalismo e/ou ao Estado), mas também no sentido microscópico, dentro de casa, dentro de cada, focar no alvo interno de cada um.
Sigmund Freud Para Freud, a repressão e a sublimação dos instintos sexuais correspondem a uma condição necessária para a vida em sociedade. No