Trabalho de economia
Quem quer a reforma da Previdência Social?
Neste primeiro artigo sobre o conceito de reforma da Previdência Social, o tema é abordado como o centro da política econômica conservadora que ganhou força no Brasil nos últimos anos.
Por Osvaldo Bertolino “Quase tive um ataque quando li aquilo! Estou histérica.” Assim a economista Maria da Conceição Tavares resumiu seus sentimentos em relação ao documento “Política Econômica e Reformas Estruturais”, divulgado pelo Ministério da Fazenda no dia 10 de abril de 2003. Embora assinado pelo então ministro Fazenda, Antônio Palocci, a economista, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, preferiu atribuí-lo ao secretário de Política Econômica, Marcos Lisboa. Ex-aluno seu, Lisboa foi definido por Maria da Conceição Tavares como ”um bom menino que adorava fazer modelos matemáticos e adora até hoje”. A economista é, um símbolo do pensamento econômico progressista. Lisboa, um economista neoliberal, era diretor de ensino de pós-graduação da Fundação Getúlio Vargas (FGV) antes de assumir seu posto no governo. Ele não partilha das ideias de sua antiga professora na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A bronca de Maria da Conceição Tavares verbalizou o desconforto que os conselheiros de Palocci causavam. Curiosamente, Palocci assinou a introdução de um documento denominado “Ruptura Necessária”, aprovado em dezembro de 2001 no 12° Encontro Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), para servir de base ao programa de governo do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva.
Idade mínima Nesse documento está o pensamento econômico clássico progressista, assim como no texto mais amplo intitulado “Um Outro Brasil É Possível”, publicado pelo Instituto Cidadania, a ONG de Lula, em meados de 2001. Para o documento da dupla Lisboa-Palocci, no entanto, o governo deveria reconhecer que o Estado brasileiro gasta muito e mal. Segundo eles, a maior parte do dinheiro público não vai para os