O Protestantismo Brasileiro
Período anterior ao estabelecimento das missões estrangeiras
O período anterior ao inicio das missões estrangeiras foi marcado por uma profunda sede espiritual. A mística do fim do séc. XIV e XV, a evolução da teologia, trazendo consigo a concepção do Deus Todo Poderoso da alta idade média, juntamente com as circunstancias daquele tempo marcaram esta época com grande angústia. A igreja não respondia mais as necessidades do homem. Escândalos marcavam a vida clerical, que estavam quase exclusivamente envolvidos com questões seculares do que com a Santa Sé, a destruição de um grande número de igrejas, causadas pelas guerras, profundas necessidades que os sacerdotes não satisfaziam suficientemente. Sob estas e outras condições estava formada uma piedade individualista e leiga, que se entretinha nos cultos domésticos alimentando-se na Bíblia, ou pelo menos em fragmentos bíblicos – constituindo pura lenda o fato de que a igreja tenha mantido afastados seus fiéis das Sagradas Escrituras. No Brasil circunstâncias semelhantes existiram no começo do séc. XIX. Grande parte de regiões brasileiras estavam abandonadas pelo clero. Em Cuiabá, por exemplo, nenhuma igreja possuía sacerdote permanente. A média de remuneração destinada aos curas não bastava e também não deixava muito atraente o ministério paroquial. A frase corrente da época era “ninguém quer ser frade”. Essa insuficiência de sacerdotes foi acompanhada de um enfraquecimento da vida espiritual do clero. Não havia entre o clero uma profunda compreensão do país e sua situação. Grande parte dos sacerdotes que estavam em exercício voltava-se para atividades seculares, em busca de maiores vantagens. Os negócios e o ensino eram mais remuneradores que o sacerdócio. Como acontecera na França, tanto com o protestantismo e como catolicismo, conheceu a política, que nessa época, se atirou “a luta dos partidos com um entusiasmo que produziu interessantes tipos de chefes políticos, mas detestáveis