O professor refem
O PROFESSOR REFÉM
Idanir Ecco[1]
O professor hoje é refém!
Refém da má qualidade de ensino que ele próprio recebeu.
Refém do tempo de que necessita, mas de que não dispõe.
Refém das pressões internas que sofre do sistema.
Refém da própria consciência, que lhe revela sua impotência.
Refém dos alunos, que hoje o enfrentam em muitos casos.
Refém da família, que perdeu a autoridade sobre ao filhos.
Refém da sociedade, que surpreende professores e gestores com medidas cautelares, mandados de segurança e processos [...].
(Tania Zagury).
Ser professor é um ofício que, concomitantemente, apresenta dilemas e desafios. Dilemas, devido a muitos docentes encontrarem-se em situação embaraçosa, isto é, diante de, predominantemente, duas alternativas: abandonar a profissão ou continuar no ofício de mestre, ambas difíceis ou inconvenientes, o que gera perplexidade, angústias; desafios por causa das múltiplas provocações e demandas presentes no dia-a-dia da educação formal, no cotidiano do ensino. A obra, aqui resenhada, é um dos exemplares da coletânea da escritora carioca Tania Zagury[2], educadora, filósofa, pesquisadora, Mestre em Educação, endereçada para pais e professores, considerando a delimitação no subtítulo da referida publicação, qual seja: “para pais e professores entenderem por que fracassa a educação no Brasil”. O livro, nas palavras da autora, “é resultado de um estudo que visa a contribuir com dados concretos e análise crítica, construído a partir do olhar do professor sobre alguns problemas da escola brasileira na atualidade”. (p. 15, grifo da autora). E está estruturado em sete capítulos, organizados, considerando a sistematização das etapas da pesquisa, isto é, a fundamentação teórica, os objetivos, a metodologia, o universo da pesquisa, análise e interpretação dos