O processo de valorização do valor
O processo de valorização do valor
Nos manuscritos Marx escreve que o homem vive da natureza; ele é parte dela. Entretanto, ele é o único ser da natureza que para poder sobreviver precisa modifica-lo com o seu trabalho, enquanto atividade conscientemente mediada, isto é, antecipada idealmente antes de ser executada. Nesse sentido, o trabalho se apresenta como base constitutiva da vida humana. Ele pe condição eterna de sua existência, independentemente, portanto, de toda e qualquer forma social de produção.
Mas, essa relação com a natureza é mediada por relações homem-homem, o que faz com que todo o trabalho sobre a natureza se realize no interior e por meio de um forma social historicamente determinada. É dessa perspectiva que Marx analisa o processo de produção capitalista. Ele é unidade entre processo de trabalho – atividade orientada a um fim para produzir valores de uso, condição eterna da vida humana – e processo de valorização, produção de valores de troca.
Com efeito, a produção de valores de uso, enquanto condição eterna da existência humana, não modifica sua natureza geral pelo fato de ela se realizar para o capitalista e sob seu controle. Uma mercadoria que não serve para satisfazer alguma necessidade não é mercadoria. Em outras palavras, não há produção de mercadorias destituídas de utilidade. Entretanto, na sociedade capitalista, o valor de uso é suporte do valor de troca. Enquanto tal, a produção de um bem qualquer só pode satisfazer uma determinada necessidade se antes ele se realiza como valor de troca. A finalidade da produção não é consumo, mas sim, a valorização do valor que foi adiantado pelo capitalista para produzir coisas destinadas ao mercado, à venda
Vê-se que na sua forma histórica capitalista o processo de trabalho cria valores de uso. Esse seu caráter geral não se modifica. Entretanto, diz Marx, a produção de valores de uso só é levada a cabo "na medida