O processo de desnaturalização ou estranhamento da realidade
Imediatismo do olhar
Para todas as coisas que temos contato, desde as mais comuns quanto as mais imprevisíveis, tentamos encontrar uma explicação. Assim, baseados no cabedal que acumulamos durante a vida, damos respostas as nossas indagações. Existe algum problema nisso? Depende. Na maioria dos casos, sim. Aquilo que chamamos de olhar científico possibilita uma nova ferramenta para se avaliar todas as coisas que nos rodeiam, mesmo sabendo que todos nós, sem exceção, estamos carregados de senso comum. Essa ferramenta tem uma base puramente racional, e, como tal, procura se distanciar ao máximo de todas as possíveis ideias preconcebidas de quem está trabalhando com ela. É um trabalho moroso, mas recompensador, uma vez que possibilita, dentre outras coisas, derrubar dogmas e preconceitos nocivos.
Quando os portugueses chegaram ao Brasil em 1500, não entendiam qual eram aqueles serem nus, sem maldade no olhar, nem as árvores, os frutos, os animais. Assim, nas primeiras cartas, os navegantes tentavam explicar toda a riqueza da “Terra de Santa Cruz”: O que era uma manga, jabuticaba ou babaçu? Como descrever algo que além-mar ninguém nunca viu. Tentaram resolver esse problema comparando com aquilo que já haviam visto, seja com animais, com plantas. Neste mesmo caso, animais fantásticos, como o unicórnio, pode ter sido apenas um erro e ignorância: Alguns creem que pode ter sido apenas um cervo com alguma alteração genética. E como “quem conta um conto, aumenta um